Sacramento da Penitência e da Reconciliação, artigo do Padre Gilmar Margotto


13/03/2024 - 21:33

O Sacramento da Reconciliação ou da Penitência (popularmente chamado de confissão) tem suas raízes em Jesus Cristo. Ele confiou à Igreja, nascida dele e do Espírito Santo, o encargo de perdoar os pecados da humanidade: “Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se encontravam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: ‘A paz esteja com vocês’. Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor. Jesus disse de novo para eles: ‘A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês’. Tendo falado isso, soprou sobre eles, dizendo: ‘Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados’.” (Jo 20, 19-23). Jesus disse a Pedro, líder dos Apóstolos: “O que você ligar na terra será ligado no céu, e o que você desligar na terra será desligado no céu” (Mt 16, 19); veja igualmente em Mt 18, 18).

                        “Só Deus perdoa os pecados. Por ser o Filho de Deus, Jesus diz de si mesmo: “O Filho do homem tem poder de perdoar pecados na terra” (Mc 2, 10) e exerce esse poder divino: “Teus pecados estão perdoados!” (Mc 2, 5; Lc 7, 48). Mais ainda: em virtude de sua autoridade divina, transmite esse poder aos homens para que o exerçam em seu nome.” (CIC, 1441). A vontade de Cristo é que toda a sua Igreja seja, na oração, na sua vida e sua ação, o sinal e instrumento de perdão e da reconciliação que “ele nos conquistou ao preço de seu sangue”. Mas confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico, encarregado do ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 18). O apóstolo é enviado “em nome de Cristo”, e “é o próprio Deus” que, através dele, exorta e suplica: “Reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5,20)”. (CIC, 1442).

                        Muitos pensam que o pecado seja uma questão pessoal. Puro engano. Por exemplo: quando você machuca o dedo ou tem dor de dentes, não é o corpo que sofre? A mesma coisa acontece quando peca. E as consequências do pecado estão diante de todos: injustiças, pobreza, prostituição, aborto, exploração do outro, salários injustos, violência, agressão ao meio ambiente e tantas outras coisas. A Igreja nos ensina que não basta fazer o mal. É preciso fazer o bem! O pecado social, e todos os pecados, começam a ser evitados a partir da mudança da mentalidade e do comportamento. Pouco adianta gritar contra o pecado social se não se é capaz de tirar o pecado da própria vida; se somos injustos e violentos com as pessoas mais próximas.

                        O Papa Francisco na Carta Apostólica Scripturae Sacrae Affectus (O Afeto à Sagrada Escritura), no XVI Centenário da Morte de São Jerônimo, número 10, lembra uma história, de tradição apócrifa da experiência de São Jerônimo no deserto de Cálcis, na atual Síria: “Jerônimo pergunta ao Senhor: - Que queres de mim? E Ele responde: - ainda não Me deste tudo. - Mas, Senhor, já vos dei isto... isto... e isto.... – Falta uma coisa! – O quê? – Dá-Me os teus pecados para que Eu possa ter a alegria de voltar a perdoá-los”. Temos medo de apresentar ao Senhor nossos pecados. Mas Jesus nos olha com amor. O que eu gostaria de oferecer a Ele? Ouço o que Jesus me diz: “Dá-me também os teus pecados para que Eu os perdoe”. Procuremos o sacramento da reconciliação para entregarmos os nossos pecados à Deus através da absolvição do sacerdote.

 

Padre Gilmar Antônio Fernandes Margotto

Catedral Nossa Senhora Aparecida

 Votuporanga SP



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