No Ângelus, Papa afirma: Jesus veio “abrir” os corações


11/09/2018 - 07:43
Francisco frisou a essência de um Jesus discreto, humano e que veio ao mundo para curar

“Foi propriamente o coração, ou seja, o núcleo profundo da pessoa, que Jesus veio ‘abrir’, libertar, para tornar-nos capazes de viver plenamente a relação com Deus e com os outros”. A frase de autoria do Papa Francisco, foi parte da reflexão do Ângelus deste domingo, 9. Com base no evangelho de hoje (cf. Mc 7,31-37), que relata a história da cura milagrosa de um surdo-mudo por Jesus, o Santo Padre frisou a essência de um Jesus discreto, humano e que veio ao mundo para curar.

Jesus curou o surdo-mudo não para impressionar as pessoas, afirmou o Pontífice, mas para fazer o bem às pessoas. “Com essa atitude, Ele nos ensina que o bem deve ser feito sem clamores, sem ostentação, sem tocar a trombeta. Deve ser feito em silêncio”, frisou. O filho de Deus é um homem inserido na realidade humana, recordou o Papa, e sua condição o fez capaz de compreender o homem e toda a sua realidade penosa.

Ao mesmo tempo que é humano, Jesus quis, segundo Francisco, levar as pessoas a entenderem que os milagres que operava se davam devido a sua união com o Pai. Na cura do surdo-mudo, Cristo pronunciou a palavra “Effatà”, que significa “Abra-te”. A partir da pronuncia desta palavra, o Pontífice recordou que o homem ficou curado, tendo seus ouvidos abertos e a língua desprendida.

“Esta narração do Evangelho ressalta a exigência de uma dúplice cura. Em primeiro lugar, a cura da doença e do sofrimento físico, para restituir a saúde do corpo; embora esta finalidade não seja completamente alcançável no horizonte terreno, apesar dos muitos esforços da ciência e da medicina. Mas há uma segunda cura, talvez mais difícil, é a cura do medo, ou seja, do nosso medo. A cura do medo que nos leva a marginalizar o doente, a marginalizar o sofredor, o portador de deficiência.”, sublinhou o Papa.

Para o Santo Padre, são muitas as maneiras de marginalizar, mesmo com uma pseudo piedade ou com a remoção do problema. “Se permanece surdos e mudos diante das dores das pessoas marcadas por doenças, angústias e dificuldades. Muitas vezes o doente e o sofredor se tornam um problema, enquanto deveriam ser ocasião para manifestar a solicitude e a solidariedade de uma sociedade para com os mais frágeis”, alertou.

Jesus revelou o segredo de um milagre que pode repetir em todos, pontou Francisco, seria ele a palavra “Effatha”. O Pontífice seguiu pedindo a todos que se tornem protagonistas desta exortação.“Trata-se de abrir-nos às necessidades dos nossos irmãos sofredores e necessitados de ajuda, rejeitando o egoísmo e o fechamento do coração”, comentou. Segundo o Santo Padre, Jesus se fez homem para que o homem, tendo se tornado pelo pecado surdo e mudo, possa ouvir a voz de Deus, a voz do amor que fala a seu coração, e possa assim aprender a falar, por sua vez, a linguagem do amor, traduzindo-o em gestos de generosidade e de doação de si.

“Que Maria, totalmente ‘aberta’ ao amor do Senhor, nos faça experimentar todos os dias, com fé, o milagre de ‘Effatà’, viver em comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs”, concluiu.

Após o Angelus

Francisco recordou, após a oração do Ângelus, a festa da Natividade de Maria celebrada neste sábado, 8, em Loreto, no Santuário Pontifício da Santa Casa, na Itália. Segundo o Santo Padre a proposta da festa é de espiritualidade para todas as famílias, para que façam da Casa de Maria, sua casa. “Confiamos à Virgem Santa as iniciativas do Santuário e aqueles, que de vários modos, participarão delas”, disse o Papa.

O Pontífice retomou a celebração, em Estrasburgo, da Beatificação de Alfonsa Maria Eppinger, fundadora das Irmãs do Santíssimo Salvador. “Demos graças a Deus por esta mulher corajosa e sábia que, sofrendo, calando-se e rezando, testemunhou o amor de Deus sobretudo aos doentes no corpo e no espírito”, rogou, e concluiu com um pedido de aplausos a nova beata.



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